sábado, 7 de fevereiro de 2009

"Um dia com o INEM", José Luís Peixoto


"(...) percebi que poderia ser muito mais impressionante do que alguma vez seria capaz de imaginar, poderia ser real. O tempo fixa. (…) Quem trabalha no INEM está aqui a meio de uma frase e. Essa frase não termina, têm de ir naquele mesmo momento. Emergência. Podem mesmo estar a meio de uma palavra: emerg. E essa palavra não termina. Têm de ir. Têm de deixar tudo e ir. Aquilo que está em questão é o que é mais importante na vida: é a própria vida. Muitas vezes, parece-me que quem trabalha no INEM tem de colocar alguns instintos de lado. Não podes ser fraco. Tens de avançar. Não está aqui mais ninguém. De ti depende tudo. Se falhares agora, não haverá mais domingos à tarde, não haverá mais agostos, não haverá mais tempo para esta pessoa. Por isso, quem trabalha no INEM não fica parado a imaginar o que vai encontrar. Quem trabalha no INEM vai apenas. Vai sempre. E encontra tudo: crianças, rapazes, raparigas, homens e mulheres de todas as idades, pessoas que são mesmo parecidos com os seus avós. (...) Entrar no INEM (...) dá que pensar na validade do nosso esforço (...)"

1 comentário:

  1. Achei o blog muito interessante, e o tema do vosso trabalho também. Boa Sorte.

    Teresa.

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